Governo cria via verde para imigrantes concluírem obras do PRR: Construção precisa de 80 mil estrangeiros

07-12-2024

A construção civil ganhou 89 mil trabalhadores nos últimos cinco anos, mas precisa de quase outros tantos para responder às obras do PRR, pelo que o Governo vai facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros para o setor mediante uma responsabilização do patrão.

 Um mês depois de o ministro-adjunto e da Coesão Territorial ter reconhecido que sem um reforço da entrada de imigrantes "não haverá condições" para executar atempadamente todas as obras financiadas com fundos europeus, nomeadamente no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Jornal de Notícias (JN) noticia este sábado, 7 dezembro, que o Governo já desenhou uma primeira proposta para facilitar a entrada de estrangeiros para o setor da construção civil.

"A empresa tem de garantir um contrato de trabalho, residência e formação profissional, o que permite que o trabalhador se mantenha no país até à concessão do visto de residência", avança o JN.

Por falta de trabalhadores, há dezenas de concursos que ficaram desertos, este ano, na construção ou requalificação de escolas, centros de saúde, casas, residências universitária lares e creches, assim como a do metro entre Odivelas e Loures, elenca o mesmo diário.

Com base nos dados do INE, o JN refere que o setor da construção ganhou 89 mil trabalhadores nos últimos cinco anos, mas, citando Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), precisa ainda de cerca de 80 mil trabalhadores só para "executar as obras já previstas e calendarizadas".

A falta de mão-de-obra "abrange todos os níveis de qualificação", sinaliza Reis Campos ao JN, realçando que a complexidade dos projetos "veio intensificar a necessidade de técnicos com formação em áreas como BIM, construção modular e tecnologias de eficiência energética".

O diário lembra que o problema da falta de trabalhadores agravou-se com o fim do mecanismo de manifestação de interesse e com a consequente redução de 80% do número de pedidos de residência por parte de imigrantes. 

Fonte: Jornal de Negócios