
Portugal sobe para o 15.º lugar do índice sobre transição verde
Portugal ocupa agora a 15.ª posição no "The Green Transition Index", o índice elaborado pela consultora Oliver Wyman que mede o progresso de 29 países rumo à economia sustentável, em categorias como os resíduos, os transportes, a Natureza e os edifícios.
Face ao mesmo estudo elaborado em 2022, Portugal passou da 18.ª posição no "The Green Transition Index" para a 15.ª, tendo melhorado de forma geral o seu desempenho em matéria de sustentabilidade. De um total de 100 pontos, alcançou uma pontuação de 49 pontos. Além de subir três lugares no índice, o território nacional está acima da média europeia (48,6 pontos), segundo o documento elaborado pela consultora Oliver Wyman.
O estudo demonstra que os países "com alto rendimento per capita", critério que ajuda a medir o desenvolvimento económico de uma nação, são os que geralmente têm um "melhor desempenho no índice", apontou Joana Freixa, da Oliver Wyman, numa apresentação que decorreu esta quarta-feira de manhã. Porém, Portugal "tem uma performance positiva apesar de ter um PIB [Produto Interno Bruto] per capita baixo no contexto europeu", revela a consultora.
A título de exemplo, na categoria de economia, Portugal está na 13.ª posição: registou uma diminuição dos gases de efeito de estufa e reduziu a intensidade dessas mesmas emissões por PIB. Por outro lado, verificou-se uma "diminuição do gasto público em investigação e desenvolvimento" com objetivos ambientais.
Na Natureza, o país surge na 14.ª posição, tendo melhorado significativamente no indicador da agricultura biológica e é um dos melhores da Europa. "Nos últimos anos, conforme reportado pela Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Portugal tem aumentado significativamente os prados e pastagens permanentes (agricultura biológica), solidificando assim esta aposta", lê-se no relatório. Porém, no país, o setor agrícola continua a consumir muita água (75%) - uma das mais altas taxas do continente europeu, pelo que se torna necessário fazer um melhor uso dos recursos hídricos do território.
Melhorar estradas e infraestruturas
Tanto na indústria transformadora como nos transportes, houve melhorias, mas não as suficientes para alcançar o topo ou mesmo o meio da tabela do "The Green Transition Index". Existe maior circulação de automóveis de baixas emissões nas estradas portuguesas, mas continua a ser necessário apostar nos transportes públicos, seja através da melhoria das estradas ou das infraestruturas, aponta a consultora Oliver Wyman.
Apesar de ter uma das mais altas taxas de pobreza energética da União Europeia, o índice sobre a transição verde não considerou este indicador e revela que Portugal está a mostrar progresso na categoria de edifícios, nomeadamente no uso de energias renováveis para aquecimento doméstico. O uso de biocombustíveis e de energias renováveis continua a ser um dos pontos fortes do país que, segundo a Oliver Wyman, continua a "investir muito nesta área".
Uma das piores posições no índice é na categoria dos resíduos, em que o território nacional aparece no 28.º lugar. "Portugal enfrenta grandes desafios na gestão de resíduos e na implementação de práticas sustentáveis nesse âmbito", salienta a consultora. Além da taxa de reciclagem continuar aquém das metas - em 2022, a recolha seletiva representava 21% - vários aterros estão com a capacidade no limite, o que levou o Governo a criar um grupo de trabalho para elaborar uma estratégia para os resíduos.
Na Europa, o "The Green Transition Index" mostra que a Dinamarca lidera em matéria de sustentabilidade, a par dos restantes países escandinavos. De acordo com a Oliver Wyman, tal deve-se ao "forte desempenho no uso de energias renováveis e em tecnologias de descarbonização" e aos projetos pioneiros no hidrogénio verde e no armazenamento de carbono.